quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Hino do Galo no cavaquinho-por Du Macedo
domingo, 23 de novembro de 2014
Cruzeiro! por Julia Bianchi e Eduardo Macedo
Cruzeiro Esporte Clube é mais uma vez campeão Brasileiro!
Reconheçamos, o clube celeste foi soberano.
Comandou a tabela nos últimos dois anos do Campeonato
Brasileiro.
Em 2014, fez 76 pontos, colecionou 23 vitórias e ostentou um saldo positivo de 28 gols , até essa 36 rodada, quando se sagrou o
segundo BI-CAMPEÃO na era dos pontos corridos.
Uns dirão que é TRI. Mas o Cruzeirense tem certeza que é
TETRA, de todas as edições nacionais.E fica a discussão...
Não tem conversa é que a raposa sobrou nessa temporada .
Na próxima quarta feira ,vai tentar o último fôlego do ano, contra
o Galo, pra levar a quinta Copa do Brasil
para a sala de troféus do Barro Preto.
Caso tenha a faixa carimbada pelo arquirrival , ainda assim
,o brilhantismo na temporada do time celeste, não seria ofuscado.
Parabéns Cruzeiro!
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Entrevista com Maurício Maestro
BATe PaPO CONVERSAÇãO
CAvAQUeIRA & TAGaRELiCE
Com Maurício Maestro
O músico carioca Carlos Maurício
Mendonça Figueiredo (10/05/1949), o Maurício Maestro, além de exímio cantor ,
ótimo baixista e competente compositor, é craque inconteste dos arranjos vocais
da MPB. Com o seu grupo, o Boca Livre,
em carreira solo ou em duo, Maurício Maestro esteve de corpo e alma em momentos
históricos da música popular brasileira, desde os tempos dos festivais de
música na televisão.
No cafezinho na cozinha da Escola
de Choro e MPB Brasil com S no bairro Serra, BH - entre uma aula e outra que Maurício
vem ministrando na Escola essa semana - o
simples, solícito e genial músico, me
revelou que torce pro Fluminense,gosta
de ver o futebol bem jogado mas nunca teve fôlego pra praticar.Já jogou
basquete à sério quando adolescente mas desde então não se aventura mais nos esportes e se dedica exclusivamente à suas habilidades
musicais.
Em entrevista ao Blog Du
Macedo- que surrupiou cerca de oitenta minutos do horário de almoço do músico
nessa quarta feira, 19/11 (e um pequeno complemento na manhã de quinta, 20/11 )-
Maurício falou do tempo em que tocava violão escondido, questionou o próprio
talento pra música,revelou que sua casa na infância era frequentada por “medalhões”
da música brasileira e que no início da carreira, à convite de Aloysio de
Oliveira, poderia ter sido precursor da guitarra elétrica na MPB.
Fala ainda da sua carreira internacional, dos 36 anos de sucesso com o grupo Boca Livre, de Bossa nova, do emblemático Festival da Record de 1967, do Clube da Esquina, e de seus maiores parceiros e influências musicais...
Blog
Du Macedo- Maurício, queria que você falasse um pouco da sua primeira
infância na Tijuca, no Rio de Janeiro?
Maurício
Maestro- Eu morava numa casa na Rua Açoriano de Souza, fiquei lá
até uns quatro anos e meio. Era uma rua muito tranquila, fechada... não tinha
saída, não passava carro...aí resolveram passar uma avenida exatamente no lugar
que tinha minha casa.A casa foi desapropriada ,aquela coisa toda, e tivemos que
nos mudar pro Flamengo.Até fiz uma música que diz: lá onde eu nasci agora passa
uma avenida, que fala dessa perda de referência que eu tinha, que eu acho
bacana ter, mas infelizmente a casa onde eu nasci não tem mais...Eu nasci em
casa,não nasci em hospital.Minha mãe deu a luz lá em casa mesmo,meu pai foi
buscar o médico...aquela coisa assim, aquela relação com a casa que já era...Aí
fui pro Flamengo onde morei a maior parte do tempo e tô lá até hoje lá.Gosto daquela região. Minha
referencia da casa na Tijuca é pequena.Tenho lembranças mas foi por muito pouco
tempo.Meu crescimento já foi fora de lá.
Blog
Du Macedo - Como era no Flamengo? Seus pais ,embora não
profissionais ,tinham forte relação com a musica,sua mãe tocava piano ,seu pai
também era compositor?
Maurício
Maestro – Sim. Minha mãe tocava piano, meu pai (tocava) violão e
compunha...A partir deles comecei a me relacionar no meio musical com o pessoal
da velha guarda, o Lamartine Babo , Luiz Vieira...
Blog
Du Macedo - Eles frequentavam a sua casa?
Maurício
Maestro - Frequentavam.Isso era muito comum na época, ter
reuniões musicais que as pessoas iam.As vezes tinham reuniões com mais gente,
mas as vezes era só um que ia visitar e
ficava.Mas a coisa de música rolava sempre,eu era pequeno ainda e ficava só
vendo,né? Na infância era uma coisa muito variada, ainda não tinha uma
preferência muito definida da música, mas geralmente tudo que escutava era
coisa boa, tinha o hábito de ouvir coisa boa... foi formando uma certa base de
aceitação da musica...vai privilegiando coisas boas.Me lembro que quando eu era
garoto tinha o disco Rapsódia in blue do
Gershwin que eu colocava exaustivamente...
Blog
Du Macedo - Quantos anos você tinha nessa época?
Maurício
Maestro -Tinha seis,sete,no maximo oito...
Blog
Du Macedo -Isso já no apartamento do Flamengo?
Maurício
Maestro -Sim, mas em outro...eu morei em três apartamentos.Isso
foi na época do segundo apartamento. E o terceiro era apartamento já próprio, comprado,onde
tinham mais essas reuniões...eu tinha uns nove anos...Depois o pessoal da bossa
nova ia lá, Menescal ,Carlinhos Lyra, Oscar Castro Neves,Baden Powell chegou a
ir algumas vezes, Luiz Carlos Vinhas (pausa)... Bebeto do Tamba Trio...era a
turma que ia sempre e ia pra tocar a música mesmo...Ninguém ia pra ficar
paquerando...o negócio era a música e todo mundo tocando e o pessoal
ouvindo,mostrando... ah eu fiz essa música!Olha só que bacana! Aí todo mundo
queria aprender, como é que era.Era um negócio assim muito interessante... eu
era garoto mas já tinha uma ideia, de onze anos, a impressão que eu gostava da
música... mas antes era uma coisa meio distante... pensava ,isso é uma coisa
que eu quero fazer.Comecei a gostar da música pra poder começar a entender e
querer fazer alguma coisa...a partir daí eu comecei a pegar o violão
escondido,eu era muito tímido, não queria que ninguém soubesse que eu tava tocando
violão ,mas nas horas vagas que eram muitas, na hora que não tinha ninguém em
casa, levava pro quarto, ou então na sala mesmo, e ficava horas tentando tirar os
acordes.Mas não tinha técnica, nunca estudei técnica de violão nem contrabaixo,
as coisas vieram mais da parte de eu procurar reproduzir coisas que eu ouvia,
foi assim meu aprendizado básico.
Blog
Du Macedo -Com qual idade você resolveu seguir pelo caminho da
musica?
Maurício
Maestro - Ahh...Já com
uns dezesseis pra dezessete...porque o meu talento grande era pra
desenho. Negócio da musica é...sei lá se eu tenho talento pra musica...(pensativo)
eu tinha pra desenho... desde garoto desenhava muito! Realmente todo mundo
ficava:olha como ele desenha e num sei o quê.Musica foi um negócio que eu
comecei a tentar a fazer, mas não sei, talento pra música...(?) Desde cedo já
são virtuoses...Talvez o meu talento da música se manifeste na coisa de querer
perseguir uma ideia.As ideias que eu quero seguir, meu gosto musical, pode ser
que isso seja o meu talento,com as ferramentas poucas que eu tenho eu tento
conseguir reproduzir as ideias...pra isso talvez eu tenha talento.E tive sorte
também porque tive contato com mestres fantásticos...
Blog
Du Macedo -O Bebeto (Tamba Trio) foi quem te levou pro meio
profissional?
Maurício
Maestro -Foi.Por acaso meus pais foram padrinho de casamento
dele... a primeira esposa dele era afilhada da minha avó... então eu o conhecia de família.Mais tarde quando ele (Bebeto)
soube que o filho do Geraldo e da Lurdinha tava fazendo musica ele se
interessou.E eu já tinha o grupo ,com o pessoal da escola, que depois virou o Momento
Quatro... agente foi lá mostrando as músicas e ele adorou... a partir desse
momento ele chamava agente pra ir na casa dele(pequena pausa)...morava na Tijuca... pra
ouvir as coisas, botava as musicas legais, interessantes, e musicas que ele
tava tocando... Agente saia lá da Tijuca e ia lá pro Leme, fim de noite...eu já
tinha mais idade um pouquinho e podia tomar um chopinho...ele levava a gente
pras quebradas noturnas e mais tarde ele me apresentou ao Luizinho (Eça) que
era um mestre, um grande cara!
Blog
Du Macedo -Você depois teve um grupo com o Luizinho Eça?
Maurício
Maestro - Mais tarde... a gente
frequentava as casa das pessoas...eram abertas.Então eu ia lá assistir ao
ensaio do Tamba ( trio) e chamavam pra ir lá...vai ter um grupo de pessoas
reunidas... aí eu comecei a fazer parte do grupo das pessoas que iam nas casas,
antes eu tava na casa onde as pessoas iam.Eu comecei a ir nas coisas.E engraçado
como foi rápido,mas isso tudo motivado pelo interesse e fazendo parte de um
grupo de pessoas que tinham o mesmo interesse e... capacidade também,né? Nesse
período (duas palavras inaudíveis na transcrição) a construção da cabeça
musical foi uma coisa lenta, mas sempre privilegiando o lado da busca da ideia,
do som ,mais do que o desempenho técnico.Mais a ideia, composição ,arranjo,
harmonia...Eu fui mais pra esse lado.
Blog
Du Macedo -Como surgiu o nome Mauricio Maestro?
Maurício
Maestro Um nome sarcástico! (rsrs) ...Eu faço arranjo.Maestro
mesmo de formação , de regência ,eu não sou.realmente necessita um grau de
estudo grande, e eu não tenho essa parte formal.Claro que eu sei reger meus
arranjos... sei comandar principalmente em gravação. Ao vivo é outra coisa.É
mais complicado a orquestra... é como um cavalo que precisa ser domado... mas
pra gravação que as coisas são mais
organizadas, reger as cordas ou um quarteto, isso aí não é problema.A minha
função maior sempre foi pensar o negocio
de arranjo, a arquitetura do arranjo.Engraçado que quando eu fiz meus primeiros arranjos pra antiga
gravadora Odeon...
Blog
Du Macedo –(interrompendo) O primeiro arranjo que vc fez foi para
o disco do Milton (Nascimento)?
Maurício
Maestro -Sim, fiz um arranjo pra uma musica do Nelsinho (Nelson
Ângelo) que participou da elaboração do arranjo...
Blog
Du Macedo – Desculpe...voltando ao nome artístico.
Maurício
Maestro – Mas quando trabalhei na Odeon, saia na contracapa do
disco (os créditos): arranjos: maestro Paulo moura, maestro Luiz Eça , maestro Mauricio
Mendonça.E eu deixei, fazer o quê?Quem sou eu pra discutir... As pessoas diziam:
eu quero falar com Maurício.Que Maurício? O Maestro. Aí quando o Boca Livre
começou o pessoal falou põe maestro logo,foi pressão externa(rsrs)
Blog
Du Macedo -Vamos falar dos tempos do Momento Quatro?...Em 1967 você
estava presente na noite, talvez a mais emblemática na história da MPB.Como
foi o sentimento de estar ali defendendo
a musica vencedora do festival?
Maurício
Maestro -Olha, quando eu penso no desenrolar da historia eu vejo
como as coisas acontecem rápido.Eu me lembro que dois anos antes eu estava
assistindo em casa e não tinha nada relativo a musica diretamente, não tinha um
grupo com quem reunir...1965 com Arrastão, 1966 com Disparada e A banda...nessa
época de 1966 eu já tinha começado a
entrar em contato com o Bebeto e o pessoal ,e o Momento Quatro já existia como (formação(?)
uma palavra inaudível)... a gente já ensaiava se encontrava e começou a encontrar
pra mostrar músicas pras pessoas.A gente começou a cantar junto sem saber que ia
ser um quarteto. Depois que a gente resolveu fazer.Temos um quarteto, habemos
quarteto, né?...Um grupo chamava alguma coisa. Aí na época tinha MPB 4, 004 ,
Agora Quatro , num sei que lá quatro...
Blog Du Macedo Quarteto em Cy? (nada a ver...bola fora do Blog)
Assista ao filme Uma Noite em 67!
Blog Du Macedo Quarteto em Cy? (nada a ver...bola fora do Blog)
Maurício
Maestro Era outra praia, vozes femininas...Mas enfim, num sei
que lá Quatro.Momento Quatro.Virou Momento Quatro.Em 1966 a gente tava na fase
de só ensaiar e fazer musica, querer cantar junto... no comecinho de 67 a gente
fez a primeira aparição em um lugar... uma apresentação em que vários artistas
participavam...a gente cantou uma musiquinha num negócio desse...não me lembro
nem como a gente chegou lá... e a partir disso a gente passou a ter contato com
as pessoas, que foi importante pra gente na época.Pessoal do Quarteto em Cy...
a Regina Werneck fazia parte (do Quarteto
em Cy) e tinha um programa de rádio... e
ela convidou agente pra ir no programa... e depois fomos com ela no ensaio do Quarteto
com o Oscar Castro Neves e o Aloysio de Oliveria.E a gente foi pra mostrar músicas
pra eles,quer dizer, pra elas,né?foi logo no comecinho de 1967...a gente foi lá
mostrar.Perguntamos,que tal? (responderam) Gostamos das musicas sim mas quem
tem que gravar são vocês. Aí o Aloysio Oliveira, produzia a Elenco (gravadora) virou
e disse: vocês podiam usar umas
guitarras, fazer um negócio diferente... isso no começo de 67.Não tinha
Gil,Caetano..Na época a gente não achava que as músicas eram adequadas pra esse
tipo de coisa...a gente não embarcou na ideia...Mas ele já havia lançado
(passa um carro barulhento,pequeno trecho inaudível)...mas poderíamos ter sido os precursores dessa onda
toda...era uma coisa meio chorinho, uma coisa meio baião,um negócio de embolada
do Noel Rosa e o Três apitos (Noel Rosa), mas agente conseguiu com que ele
fizesse a produção e o Oscar Castro Neves
fizesse os arranjos... gravamos um compacto na Philips ,com contrato e tal, e a
partir desse contrato com a Philips... uma das pessoas que trabalhavam lá era o
Fernando Lobo,pai do Edu lobo, e ele ouviu , e sugeriu que a gente participasse
do Ponteio no festival. Mas as coisas andaram muito rápido.Voltando agora a sua
pergunta...a participação no festival...aquela noite (rs)...Ao mesmo tempo
que foi uma coisa rápida foi uma coisa
natural.A gente já tinha tido contato com a maioria das pessoas que
estavam no festival, já tava se sentindo no meio ,as coisas aparecendo, a gente
conseguia absorver as novidades de uma forma muito tranqüila,né?Foi uma coisa
que veio vindo, rapidamente,foi
crescendo e naquele momento realmente foi um momento histórico por
varias coisas que aconteceram, mas também não foi um negócio que surgiu
derrepente... não é aquela noite. Aquela noite foi o cume de uma coisa que já
vinha...o festival era feito com quatro eliminatórias... a cada mês, eram doze
músicas apresentadas e classificavam quatro.As músicas eram inéditas. A partir
do momento que elas eram apresentadas... todas as músicas já tinham sido
gravadas nas suas gravadoras por um artista original ou por alguém do casting
da gravadora.As músicas eram lançadas por discos da Philips, Odeon, da CBS e
senão me engano, RGE.Era uma coisa assim...e as pessoas começavam a ouvir as
músicas, tocar no rádio, os artistas apareciam na televisão, principalmente as
músicas classificadas. Mas não só. As músicas classificadas iam formando um
bolo.A cada eliminatória somava mais quatro até que a última eliminatória que
era mais próxima do final ,as músicas perdiam em tempo de execução mas ganhavam
em ineditismo, como aquele cavalo que atropela no final.Então a coisa da
torcida pelas músicas era mais pelo gosto musical mesmo... não era uma coisa
criada.Que vinha realmente todo um bloco, fazendo parte de uma estrutura, que
favorecia as músicas aparecerem .Era uma coisa que vinha... As rádios tocavam
,as televisões apresentavam,faziam programas musicais todo dia. Então era
assim.Tinha o festival da Globo quando apareceu o Milton, no mesmo ano...um pouco
depois...tinha muita coisa.No festival da Record, que a gente participou,teve
Caetano ,Chico ,Edu...
Blog
Du Macedo Roberto Carlos.
Maurício
Maestro -Roberto Carlos... a música
não era dele...mas tava lá.tinha Dori Caymmi, com o cantador, Sidney Miller,que
ganhou a melhor letra...
Blog
Du Macedo -Sérgio Ricardo, Vandré.
Maurício
Maestro -Sérgio Ricardo...não era a
melhor coisa dele...(pausa) Uma que não foi classificada foi Eu e a Brisa do Jhony
Alf , que é a mais executada de todas! Duvido que tenha havido outra que tenha
sido mais cantada que Eu e a brisa... Não foi classificada,tava lá nas 36.Ela não
era chamada “música de festival”(faz o
gesto das aspas). Era aquela música que ia pegar aos pouquinhos como foi...Mas
então tinha toda essa turma mas não tinha o Milton porra!(muitos rsrs)
Blog
Du Macedo –(rsrs) E depois dessa época veio o Clube da esquina?
Maurício
Maestro -Existia o fato, mas entidade
Clube da esquina só depois.Só no álbum Clube da esquina foi apresentado como um
produto... já havia antes o movimento porque o pessoal que tocava com o Milton
já formava esse clube.Tocavam,faziam letra a turma toda.A quantidade de coisa
que ainda continua sendo referência hoje em dia,né?
Blog
Du Macedo-Sua estréia como baixista
foi de cara com o Luiz Eça no A Sagrada Família?
Maurício
Maestro- Foi.Em 1969.Depois de terminar o Momento Quatro, depois
dos festivais, eu comecei a fazer arranjo com o Marcos Valle, da música Mustague
cor de sangue...trabalhei com ele mas não como baixista.Comecei a tocar baixo...
eu gostava do baixo... com o Nelsinho Ângelo... com o Naná (Vasconcelos), umas gravações...toquei
num festival com a Joyce em 68 um arranjo que o Luiz Eça fez,no Maracanãzinho. Aí
comecei a tocar baixo...nesse momento o Tamba tinha dado uma parada... ou se
desfeito... e o Luizinho tava procurando grupo.Eu e Nelsinho vivíamos na casa
do Luizinho que se aproximou naturalmente da coisa... e ele começou a
experimentar a gente tocando e foi dando certo...
Ouça a obra prima Mistérios de Maurício Maestro e Joyce interpretada por Milton.
Blog
Du Macedo - E sua parceria com a Joyce?
Maurício
Maestro -Conheço a Joyce desde sempre...a gente começou fazendo
muita coisa desde o Momento Quatro, a Joyce tava sempre ao lado...a gente chegou
a cantar juntos nos festivais e era uma pessoa que tava sempre no grupo
(pausa...)Quando ela me chamou pra fazer o trabalho com o Vínicius (de Moraes) em
Punta Del Este, em 1975, (a banda) era eu,o Rubinho Moreira,né?, baterista,mineiro...de Zé Brandão ...mineiro de Caeté...Caeté é a terra do Zé Brandão (força um
sotaque mineiro)...e agente foi lá tocando com o Vinicius... passamos uma
temporada grande...A Joyce cantando e tocando violão,eu no baixo, e o Rubinho
de Batera...(buscando na memória)...Quando a gente voltou de lá ,a gente (ele e
Joyce) tava namorando,assim... começou a também trabalhar juntos,começou a
fazer músicas juntos e tocar coisas,né?Nós fazíamos,como se fosse um duo...
fazíamos bastante coisas,com duas vozes mais a parte instrumental e nesse
período de 75, 76 e até o meio de 77, a gente fez um bocado de shows no Rio...
aí viajamos pra Europa em 76 e lá encontramos o Naná Vasconcelos e mostramos o
trabalho que a gente tinha pra ele... ele
disse: poxa, vocês têm que gravar isso... e ele conseguiu um estúdio lá na
frança,em Paris, de um amigo dele e a gente gravou rápido ,em três dias gravou
tudo, tava super ensaiado ,né? E o Naná também já fazia parte da turma lá há
muito tempo, então gravou rápido ,mas ficou inédito o disco! ficou pronto e
inédito até 2009 quando o produtor da Faroutrecs Records, Joe Davis, soube e
resolveu perguntar: pô e aí cadê?...eu tinha um (fita) dat mixado e eles remasterizaram e
lançaram...foi um puta sucesso! E aí depois disso ele resolveu fazer um disco
comigo...e o Naná...fizemos um disco, já mixado e outro gravado,mas tá por lançar...mas
aí, com a Joyce, quando a gente viajou pra Nova Yorque também tocamos... aí com
um grupo que tinha o Hélcio Milito (do Tamba trio,falecido em junho desse ano)
numa boite brasileira que tava inaugurando, e depois e que acabamos nos
separando e tudo, mas depois chegamos a gravar um trabalho nosso lá ainda,que
ainda não saiu também!Com arranjos do Klaus orgemann, falta ainda
finalizar...tem coisas ,solos do Michael Brecker( saxofonista norte americano)
arranjo de cordas ,orquestra de cordas,pesado...mas acabou que depois, a gente
voltando,deu uma esfriada mesmo nas coisas...a gente acabou não trabalhando mais
juntos... e nesse tempo surgiu a ideia de fazer um grupo vocal com o David
Tigel que era do Momento Quatro e nessa aí a gente começou a chamar as pessoas
,veio o Zé Renato,ele trouxe o Claudio Nucci e acabou formando o Boca Livre
Veja o clipe de Quem tem a viola, Boca Livre.
Blog
Du Macedo -Em 1979?
Maurício
Maestro -Não em 78, o disco é que é de 1979.
Blog
Du Macedo -Entendi...
Maurício
Maestro -A gente começou a gravar com muitas pessoas ,gravamos um
disco do Vital Lima que era produzido pelo Hermínio Bello de Carvalho, gravamos
várias coisas e depois com o Milton,no Clube da Esquina numero dois, a música
Mistérios...e logo depois com o Edu Lobo, que foi o cara que realmente deu
um grande impulso na nossa carreira...que
a gente fez um show chamado camaleão que a gente participava, e depois
excursionamos com ele pelo projeto Pixinguinha...
Blog
Du Macedo -O segundo momento com o Edu Lobo na sua carreira ?
Maurício
Maestro - Exatamente.
Blog
Du Macedo -e do David(Tigel) também,né?
Maurício
Maestro - Do David também...(pausa) Antes do Boca Livre começar
a fazer com o Edu,ele já tinha me chamado desde a época do ....(pausa) eu me
esqueci de falar que no final da excursão com o Vinícius a gente foi lá pra Buenos
Aires e lá teve a participação especial do Edu...foi um reencontro deles (Edu Lobo e
Vinicius de Moraes)... não se viam há algum tempo... e saí de lá também com esse trabalho com a
Joyce, mas, tocando com o Edu... a gente formou uma banda que eu era não só o
baixista mas também arranjador ,de algumas coisas.Ele me chamou pra produzir o
disco dele Limite das águas de 76 e foi nesse meio tempo também,e dali quando eu
voltei de Nova Yorque e comecei no Boca Livre, ele (Edu Lobo) também tava
formando uma banda, e eu tocando com ele... trouxe o Boca Livre, os levei lá na
casa dele, e o David começou a tocar também,naquele tempo tinha um negócio de
viola que ele queria e ele começou a fazer....depois veio o Boca Livre e foi
fundamental porque a partir dos shows com o Edu a gente apareceu.Ninguém
conhecia o Boca Livre e foi realmente uma experiência que deu pra gente a
certeza que a gente podia gravar um disco inteiro legal, porque a experiência de
público que agente teve durante os shows com o Edu eram absurdas assim de
receptividade,né? É isso, depois a gente gravou o disco...
Blog
Du Macedo - O LP Boca Livre?
Maurício
Maestro - Isso, que é de 79... depois em 80 gravamos o
Bicicleta(lançado em 1981) e em 81 gravamos outro disco ,o Folia.
Blog
Du Macedo - O Boca Livre foi influenciado pelo Clube da Esquina...
até mesmo na escolha do repertório.E a Bossa Nova, entrou bastante também?
Maurício
Maestro -Os dois estilos são perfeitos pra vocal.As músicas do
Clube da Esquina são altamente boas pra vocal!A Bossa Nova tem uma
característica de mais suavidade, a interpretação é mais contida,a harmonia
predomina,e a parte rítmica brasileira também, mas é tudo mais suave na
interpretação.O Clube da Esquina já incorporou certos elementos pops que davam
uma pegada um pouco mais...(pausa) Dá pra soltar um pouco mais a voz, ao mesmo
tempo mantendo uma coisa harmônica muito forte,muito boa,sofisticada,mas jogada
um pouco mais pra fora, saindo um pouco da coisa contida da Bossa Nova.Assim
juntou um outro tipo de elemento .O Clube da Esquina é uma nova
síntese,colocando na roda coisas que não eram presentes na época da Bossa Nova.
Blog
Du Macedo -Beatles por exemplo?
Maurício
Maestro -Exatamente. No inicio já colocaram,não que fosse
predominante mas já entrou.Aí a partir da segunda leva ,do Lô (Borges), Beto (Guedes),isso já
entrou com predominância mesmo,e depois o pessoal do 14 Bis ... (pausa pra
atender o telefone celular)
Blog
Du Macedo -E os novos projetos?
Maurício
Maestro - O Boca Livre continua,então continuo sempre tenho o Boca Livre como uma referência importante...
Blog
Du Macedo São quantos anos de estrada (do Boca Livre)?
Maurício
Maestro -36 anos...com algumas interrupções mas continua na luta
(rs).
Blog
Du Macedo -Qual a formação atual?
Maurício
Maestro -A mesma da segunda formação, Zé Renato , Lourenço (Baeta)David(Tigel) e
eu.
Blog
Du Macedo – E agora? A
carreira do Maurício Maestro?
Maurício
Maestro -Eu continuo fazendo arranjos, pra pessoas que me
pedem.Tenho desenvolvido coisa das aulas , que não era minha principal
ocupação.Estive nos últimos anos dividindo o tempo entre Rio de Janeiro e Nova
Yorque.Fico morando uma parte do tempo lá com minha esposa Kay Lira (filha de
Carlos Lyra) que tem um trabalho baseado na Bossa Nova.(Ela é) Uma cantora
muito sutil como a Bossa Nova é.Gravei dois discos dela,fiz os arranjos
também...E a gente passou morando entre os EUA e o Rio nos últimos quatro
anos.Agora ela tá mais lá, dando aulas,
fazendo os trabalhos dela, e eu tenho estado mais aqui por causa do Boca Livre...a gente
tá momentaneamente um pouco afastado, mais cada um fazendo as suas coisas e
sempre que pode estando juntos também...Eu não desisti de procurar também o
mercado exterior que é uma coisa importante também.Eu vi que tem muito interesse
na música brasileira, no Boca Livre, muita gente conhece, músicos e não
músicos, meu trabalho solo e outras coisas.Vida que segue.
Blog
Du Macedo -E o segundo projeto solo?
Maurício
Maestro -Já esta gravado e mixado só falta o lançamento(rs) ...Tem a participação da Kay em algumas faixas nos vocais, mas a
maior parte sou eu cantando mesmo.Faço violões e baixo, o Naná (Vasconcelos) percussão, e é
um trabalho bem autoral, composições minhas ...só uma que é do meu filho (Fran
Sartori). O Naná faz um solo vocal!Música é uma coisa aberta.Tô sempre
disponível para perguntar o que vem por aí,mas acho que a principal coisa é a
ideia da música centrado na qualidade e ir atrás, sobreviver,né?
Blog
Du Macedo -Uma curiosidade minha. Entre
baixista,cantor,arranjador e compositor? Como você se considera mais competente?
Depende pra o que você quer
na coisa. Meu melhor instrumento improvisador é a voz. Meu instrumento
idealizador é o violão.Agora o melhor instrumento pra sair tocando por aí é o
baixo.Agora o melhor instrumento...sei lá qualquer coisa (rsrs) ,cada um tem sua hora!
(Entrevista concedida em 19/20 de novembro de 2014
ao Blog Du Macedo, na Escola Brasil com S em Belo Horizonte).
Discografia Mauricio Maestro
- (2013) Amizade (Boca Livre) – Independente/Universal Music - CD
- (2000) Boca Livre e 14 Bis-Ao vivo • Indie Records • CD
- (1998) Boca Livre convida:20 anos • Indie Records • CD
- (1996) Americana • Velas • CD
- (1995) Song Boca • Velas • CD
- (1992) Dançando pelas sombras • MP,B/Warner • CD
- (1989) Boca Livre em concerto • Som Livre
- (1982) Folia • PolyGram • LP
- (1981) Bicicleta • Independente • LP
- (1979) Boca Livre • Independente
- (1968) Momento4uatro • Philips • LP
- (1967) Glória • Philips • Compacto Duplo
sábado, 15 de novembro de 2014
Desafio Blog Du Macedo- Teste o seu “Futebolês”!
Você é mesmo um amante do Futebol?
Teste o seu “Futebolês” marcando
a única alternativa correta:
O que significa?
1) Caneta:
a) Pequeno tubo de tinta usado
para assinar a súmula das partidas.
b) Quando um jogador passa a bola
por debaixo das pernas de outro jogador.
c) A caneta (cana pequena) é uma
pequena dose de cachaça que inspiravam craques como Garrincha e Adriano (Imperador).
2) Banheira:
a) Aparelho
sanitário que comporta água utilizado para a recuperação fisíca de jogadores
após as partidas.
b) Apelido carinhoso dado aos jogadores com excesso de gordura no corpo.
c) Quando o jogador fica somente
no ataque, esperando a bola chegar nele para fazer o gol.
3) Frango:
a)Quando o
goleiro toma um gol a partir de um chute fraco ou facilmente defensável.
b) Jogador
magro, esquálido e mirrado.
c) Frango é o principal alimento nas
vésperas dos jogos por ser mais leve que a carne vermelha.
4) Bicicleta:
a) Jogada em que o jogador faz um
movimento similar ao da pedalada por cima da bola.
b) Chute no ar em que o jogador, de
costas para o gol, dá um giro em cambalhota no ar e acerta a bola.
c) Meio de transporte utilizado
pelos gandulas quando havia apenas uma única bola para a realização do jogo.
5)Chapéu:
a) Objeto utilizado por jogadores
das copas de 1930,34 e 38 para a proteção do sol na cabeça.
b) Quando
um jogador dá um forte chute no tiro de meta,
fazendo com que a bola vá de uma área à outra ,cobrindo toda a extensão do
campo de futebol.
c) Quando um jogador chuta a bola
por cima da cabeça de outro, pegando-a do outro lado.
6)Tabelinha:
a) Método anticoncepcional
frequentemente usado pelos jogadores e suas esposas.
b) Troca rápida e eficiente de
passes entre jogadores de um mesmo time.
c) Pequeno quadro de dias e
horários dos jogos de um campeonato.
7) Gol
olímpico:
a) Gol feito em Olimpíadas.
b) Gol
realizado no antigo Estádio Olímpico (Grêmio).
c)Gol feito a partir da cobrança
de um escanteio em que a bola entre diretamente no gol.
8)Cartola:
a)Dirigente
de futebol.
b) Jogador
elemento surpresa em que o técnico de futebol “tira da cartola” na segunda
etapa do jogo.
c) Angenor de Oliveira,grande
sambista brasileiro,autor de "As rosas não falam" e torcedor do Fluminense.
9)Pipoqueiro:
a) Profissional que trabalha
vendendo pipoca nas portas dos estádios de futebol.
b) Jogador
que salta pelo alto para o cabeceio.
c) jogador que foge das jogadas
mais duras para não correr o risco de contusão.
10)Tapetão:
a) Grande tapete que é estendido para
a entrada em campo de craques consagrados do futebol.
b) jogo (ou ponto de jogos) disputado
na justiça desportiva.
c) Campo de futebol.
Respostas1) b 2) c 3)
a 4) b 5) c 6)
b 7) c 8) a 9) c 10) b
Se você acertou:
De 1 a 3 - Você já ouviu falar em bola?
De 4 a 6 – Você chega lá!Pesquise mais o "Futebolês"!
De 7 a 9 – Você foi muito
bem!Já pode desbancar o Casagrande!
Todas- Parabéns pelo seu "Futebolês!" Você está
qualificado para disputar o troféu “Paulo Vinicius Coelho” em Torneio Quizz a
ser realizado pelo Blog Du Macedo!
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